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O mais devastador conflito militar da História . Dura de 1939 a 1945 e envolve países de todos os continentes. Resulta do choque entre os interesses das nações que dividiam o mercado internacional desde o fim da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e as pretensões da Alemanha de conquistar o mundo. Termina com a destruição do 3º Reich, de Adolf Hitler (1889-1945), e o declínio das nações da Europa, que passam a ter, pela primeira vez, o seu destino à mercê de países não-europeus ( Estados Unidos e União Soviética ), superpotências emergentes no pós-guerra. As perdas humanas são estimadas em quase 50 milhões de mortos, na maioria civis.
Causas
As humilhantes condições impostas à Alemanha, em 1918, favorecem o surgimento do nazismo. A ascensão de Hitler ao poder, em 1933, é sustentada pela exaltação ao nacionalismo e por propostas militaristas e expansionistas. O Führer deseja construir uma nova ordem, exigindo a participação alemã na exploração do mundo colonial, rico em matérias-primas e até então repartido entre os vitoriosos do primeiro conflito mundial. Ambiciona também controlar o petróleo da Romênia e do Cáucaso, o carvão e o ferro da Sibéria e o trigo da Ucrânia. As potências ocidentais permitem o crescimento nazista como forma de bloqueio à União Soviética, um cordão sanitário contra o avanço do comunismo sobre a Europa.
Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de armamentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em claro desrespeito ao Tratado de Versalhes (1919). Um ano depois, reocupa a Romênia e inicia uma política estratégica de alianças. Oferece ajuda econômica à Itália fascista de Benito Mussolini (1883-1945), sob embargo da Liga das Nações por ter invadido a Etiópia. Apóia Francisco Franco (1892-1975) na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), aproveitando o conflito para testar novos engenhos militares. Assina com o Japão o Pacto Anti-Comintern, em 1936, a fim de conter a expansão comunista da União Soviética, com a adesão de Hungria, Itália e Espanha. Justifica a anexação(Anschluss) da Áustria, em 1938, por se tratar de mais um povo germânico.
No mesmo ano, alcança, com a conivência inglesa e francesa na Conferência de Munique, a incorporação de parte da Tchecoslováquia, exatamente a região dos Sudetos, conhecida por abrigar minorias alemãs. Cria os protetorados da Boêmia e da Moldávia, desmembrando o restante do território tcheco, em março de 1939. Por fim, Hitler aproveita as desconfianças da URSS em relação às potências ocidentais para assinar um acordo, por cinco anos, de não-agressão e neutralidade com o líder soviético Josef Stalin (1879-1953): o Pacto Germânico-Soviético, de 23 de agosto de 1939. Abre-se, assim, para Hitler , o caminho a leste para atacar a Polônia, em nome do que lhe fora tirado pelo Tratado de Versalhes: a devolução da zona conhecida por Corredor Polonês, a do porto de Dantzig, que une a Alemanha à Prússia Oriental.
Ofensiva alemã
Diante da negativa da Polônia em ceder Dantzig, as tropas alemãs invadem o país em 1 de setembro de 1939 e travam uma guerra relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. A conquista faz-se em três semanas. É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a perseguição aos judeus, vítimas preferenciais da ideologia nazista, ao longo de todo o conflito mundial. A Inglaterra (ver Reino Unido), comprometida com a defesa polonesa, e a França, aliada inglesa, declaram guerra à Alemanha. Em seguida, Dinamarca e Noruega são ocupadas pelo Exército nazista, garantindo o abastecimento alemão de aço pelos mares Báltico e do Norte. Holanda e Bélgica tornam-se as próximas conquistas. Em Dunquerque, na França, o Exército belga-anglo-francês sofre a primeira derrota aliada e só escapa do massacre graças à ação da Marinha inglesa, que consegue evacuar a maioria dos combatentes. Hitler avança contra a França a partir de maio de 1940. Um mês mais tarde, a assinatura pela França dos armistícios com a Alemanha e a Itália, que submetem metade do território francês à ocupação das forças nazistas, evidencia o domínio alemão.
O primeiro-ministro da França, marechal Henri Philippe Pétain (1856-1951), anti-republicano e conservador, assume poderes ditatoriais, após acordo com os alemães. Transfere a capital para Vichy, no sul do país, enquanto Paris permanece ocupada pelos nazistas. O subsecretário de Defesa Nacional Francesa, general Charles de Gaulle (1890-1970), vai para a Inglaterra representando a resistência da França. Ao mesmo tempo, a Alemanha implanta a sua nova ordem nos territórios ocupados, reativando indústrias paralisadas e obrigando as populações a trabalhos forçados.
Em setembro de 1940, o Eixo, pacto entre Berlim, Roma e Tóquio, é formalizado, estabelecendo apoio mútuo entre os países em caso de ataque por potência ainda não envolvida na guerra , entenda-se, os Estados Unidos. A partir de 15 de setembro, intensificam-se os combates na Inglaterra. Bombardeiros alemães despejam cerca de 20 mil toneladas de bombas sobre Londres. Mas a ação da Royal Air Force (RAF), a aviação de combate inglesa, evita a destruição do país, abatendo inúmeros aviões inimigos. No norte da África, italianos e alemães ameaçam, sob as ordens do general Erwin Rommel (1891-1944), o domínio inglês no Egito.
Hitler reorienta então a sua máquina de guerra mais uma vez para o Leste Europeu, despertando a preocupação russa. Ao governo de Moscou propõe a partilha do mundo em zonas de influência, mas as negociações falham e o território da União Soviética acaba por ser invadido, sem uma declaração formal de guerra, em 22 de junho de 1941. Por essa época, o domínio alemão já se faz sentir em vários países do Leste Europeu, como na Romênia, Bulgária e Hungria, além de Iugoslávia e Grécia. Mas a resistência soviética no Cerco de Stalingrado onde, devido à fome, morrem 500 mil civis, modifica o panorama da 2ª Guerra Mundial. Ela põe fim ao mito da invencibilidade alemã e instiga o Exército soviético a avançar, em contra-ataque, sobre os países-satélites da Alemanha, às voltas agora com duas frentes de guerra.
Ataque japonês
Os japoneses precipitam a entrada dos EUA na guerra ao bombardearem, em 7 de dezembro de 1941, a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. A ofensiva do Japão generaliza-se e suas forças conquistam a supremacia no Pacífico e no Sudeste Asiático. Definem-se, assim, as duas facções em conflito. De um lado, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e, de outro, os Aliados (Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China, esta última em guerra com o Japão desde 1931). Em todos os territórios ocupados pelos nazistas, organizam-se movimentos de resistência.
Entre 1942 e 1943, a Marinha anglo-americana elimina submarinos alemães no Atlântico, ao mesmo tempo em que a aviação aliada intensifica o bombardeio à Alemanha. Os recursos industriais do país começam a sofrer sérios danos. No norte da África, o Afrikakorps, o Exército alemão no continente, rende-se em maio de 1943. Os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália. Mussolini é preso e o novo governo italiano rende-se aos invasores. Com isso, boa parte do país é ocupada por tropas alemãs, que só capitulam em abril de 1945. Na outra frente, o Exército soviético alcança vitórias na Romênia, Bulgária e Iugoslávia, em 1944, enquanto Albânia e Grécia expulsam os alemães.
Dia D
O dia 6 de junho de 1944, o "Dia D", é o golpe mortal às forças nazistas. Considera-se o desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, a maior operação aeronaval da História. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões, uma operação coroada de êxito ao enganar as forças alemãs concentradas em Pas-de-Calais. Paris é libertada em 25 de agosto. Inicia-se o ano decisivo de 1945. Os russos, pelo leste, e os norte-americanos e britânicos, pelo oeste, disputam a chegada a Berlim. Em 30 de abril, os soviéticos fincam a sua bandeira no alto do Parlamento alemão, o Reichstag, e Hitler suicida-se junto com sua mulher, Eva Braun. A capital alemã em ruínas é ocupada em 2 de maio pelo Exército da URSS, com a prisão de 135 mil defensores da cidade. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente.
Guerra no Pacífico
Na luta contra os japoneses, a situação começa a se inverter a favor dos Aliados, após as vitórias dos norte-americanos nas batalhas navais de Midway e do Mar do Coral, em 1942. No início de 1945, tropas norte-americanas, britânicas e chinesas reabrem a rota da Birmânia (atual Mianmá) e recuperam as Filipinas. Aperta-se o cerco aos japoneses, alvo de pesados bombardeios. Em 19 de fevereiro, ocorre o primeiro desembarque norte-americano em território do Japão, na Ilha de Iwojima. Mas, ante a resistência feroz dos inimigos, o que sugere um prolongamento indesejável da guerra, os EUA optam por atacar as cidades japonesas com um novo tipo de arma, a bomba atômica . A primeira, lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, mata 100 mil pessoas. Três dias depois, uma segunda bomba cai sobre Nagasaki, provocando mais 70 mil mortes (ver Armas nucleares).
A partir de 8 de agosto, com a intenção velada de recuperar territórios perdidos há décadas para o Japão, no Extremo Oriente, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Manchúria e da Coréia. Finalmente, em 2 de setembro de 1945, o Japão rende-se ao Exército norte-americano, numa cerimônia a bordo do encouraçado Missouri. É o final da 2ª Guerra Mundial.
Tratados
Em fevereiro de 1945, na Conferência de Yalta , no sul da URSS, os EUA, a Grã-Bretanha e a URSS reúnem-se para remontar o mapa geopolítico europeu: os soviéticos anexam os Estados bálticos (Letônia, Lituânia e Estônia) e o leste da Polônia e consolidam sua presença na Europa Central e Oriental. No mesmo ano, na Conferência de Potsdam, em Berlim, é determinada a dissolução de todos os órgãos e associações nazistas, o desarmamento alemão, o fechamento das indústrias bélicas germânicas, o pagamento de reparações de guerra e a divisão do país em quatro zonas de ocupação militar: soviética, norte-americana, francesa e britânica. A Alemanha é separada da Áustria, obrigada a devolver os territórios tomados à Tchecoslováquia, a entregar Dantzig à Polônia e a reconhecer a divisão da Prússia Oriental entre URSS e Polônia. De abril a junho de 1945, durante a Conferência de São Francisco, 50 nações assinam a carta de criação da (ONU) Organização da Nações Unidas.
Massacre
À medida que a Europa é libertada da dominação alemã, a humanidade constata a extensão das atrocidades cometidas durante a guerra, em particular nos campos de concentração e extermínio criados pelos nazistas. Cerca de 5,9 milhões de judeus foram assassinados, num dos maiores genocídios da História. A liderança do 3º Reich é julgada entre 1945 e 1947 pelo Tribunal de Nuremberg, cidade palco dos maiores comícios nazistas nos anos 30. Os gastos com a guerra chegam a US$ 1,4 trilhão.
O pós-guerra
São os grandes vencedores, EUA e URSS, que agora determinam os desígnios da política internacional. As demais nações, arruinadas pelo conflito, ficam à mercê das duas superpotências. Para reafirmar sua hegemonia sobre o Leste Europeu, a URSS estabelece o Pacto de Varsóvia e passa a adotar uma política isolacionista a chamada Cortina de Ferro. Em oposição ao bloco soviético, os EUA criam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A tensão mundial aumenta sem provocar conflitos diretos: é a chamada Guerra Fria. Nos anos 50 e 60, os países europeus, arrasados com a guerra, não conseguem impedir os movimentos nacionalistas de emancipação de suas colônias na África e na Ásia (ver Descolonização da África e Descolonização da Ásia). Mais tarde, temendo a ameaça soviética, os ocidentais se unem e criam a União Européia (UE).
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