Origem
As pteridófitas surgiram no período Saluriano da Era Paleozóica mas dominaram o planeta no período Carbonífero, quando formavam imensas florestas arborescentes. Hoje a quantidade de pteridófitas diminuiu bastante mas ainda há espécies apreciadas pelo seu valor ornamental .
Onde podem ser encontradas
Muitas pteridófitas vivem em ambientes terrestres úmidos.
Há representantes aquáticos e outros que são epífitas (vivem sobre o tronco de outras plantas sem lhes causar problemas).
As pteridófitas se distribuem por diversas regiões do mundo, principalmente, as tropicais. Na mata Atlântica encontra-se o samambaiçu ou feto arborescente e em regiões áridas como a caatinga do Nordeste brasileiro, verifica-se a presença do "jericó¹¹ (Selaginella) .
Características gerais
São plantas com melhor adaptação ao ambiente terrestre, se comparadas às briófitas, pois apresentam raízes, caule, folhas (seu corpo é um cormo) e vasos condutores de seiva.
As pteridófitas , assim como as briófitas, ainda dependem da água para fecundação, sendo que muitas vivem em ambientes úmidos e sombreados.
Há pteridófitas de pequeno porte como as licopodíneas e outras de grande porte, como os samambaiaçus ou fetos arborescentes (a presença de tecidos especializados na condução de nutrientes, permite um transporte mais eficiente e o desenvolvimento de plantas de porte maior).
Importância
Ornamentação de ambientes: as samambaias e avencas, por exemplo, enfeitam as casas das pessoas; do caule do samambaiaçu, se extrai o xaxim usado na fabricação de vasos (o caule do samambaiaçu é aéreo e dele se formam raízes adventícias que se entrelaçam e têm grande capacidade de retenção e absorção de água).
As pteridófitas em geral realizam a fotossíntese e podem servir de alimento para diversos seres vivos mas algumas, como a samambaia-do-campo; pode causar intoxicações, se ingerida pelo gado.
As pteridófitas aparecem em grande quantidade nas sucessões ecológicas
No período Carbonífero dominaram o meio terrestre e formaram muitos dos diversos depósitos de carvão que são utilizados como combustível , ainda hoje.
Classificação
Em certas classificações , as pteridófitas abrangem : filicíneas, licopodíneas , equisetíneas e psilofitíneas . A tabela seguinte traz alguns de seus representantes e algumas de suas características:
| Representantes | Características |
Filicíneas | samambaias, avencas e xaxins | possuem folhas largas |
Licopodíneas | selaginela e licopódio | apresentam folhas finas |
Equisetíneas | cavalinha | tem folhas parecidas com pequenas escamas ligadas ao caule |
Psilofitíneas | Psilotum triquetrum | não possui folhas mas realiza a fotossíntese no caule clorofilado |
Observações:
As folhas de samambaia são recurvadas nas pontas pois a parte de fora cresce mais rápido que a de dentro. Este aspecto é mais pronunciado nas folhas jovens e sugeriu o nome de báculo, por lembrar o cajado dos bispos.
Existem algumas filicíneas aquáticas ( como a salvínea, por exemplo) mas muitas outras são terrestres, vivendo em ambientes diversos como solos, em rachaduras de rochas ou muros, barrancos, etc.
Reprodução
Algumas pteridófitas (muitas samambaias, por exemplo) reprroduzem-se assexuadamente por brotamento : o rizoma (caule subterrâneo) emite brotos formando novas plantas que depois se separam da planta-mãe.
Em muitas pteridófitas (nas samambaias, inclusive) encontra-se a metagênese ou alternância de gerações diplóides e haplóides.
O esporófito (2n) é o vegetal duradouro e depende do gametófito (prótalo) apenas nos primeiros estágios de desenvolvimento. O esporófito adulto é totalmente independente pois é autótrofo fotossintetizante com folhas clorofiladas. O esporófito é assexuado, produzindo esporos assexuados por meiose, no interior dos esporângios .
O gametófito(n) ou prótalo é o vegetal transitório, pouco desenvolvido, mas apesar disto, independente (por ter clorofila, pode realizar a fotossíntese). O prótalo é sexuado produzindo gametas por mitose.
Quanto à formação de esporos, existem plantas isosporadas e outras que são heterosporadas.
As filicíneas são isosporadas e assim, formam esporos de mesmo tamanho. No caso das samambaias, cada esporo origina um prótalo hermafrodita . Mas no grupo das licopodíneas (licopódios e selaginelas) já se encontra a heterosporia, isto é, há formação de dois tipos de esporos: os micrósporos (menores) e os megásporos (maiores). A partir dos micrósporos surge o microprotalo e do megásporo, o megaprotalo.
Ciclo de vida isosporado de uma samambaia:
No esporófito vascular da samambaia-de-metro (Polypodium) existem folhas grandes geralmente divididas em folíolos .
Certos folíolos férteis são chamados de esporófilos.
Na face inferior dos esporófilos podem ser notados os soros que contêm esporângios
Em cada esporângio existem células-mãe-de esporos (2n) que, por meiose (R!), originam esporos (n)
Em condições favoráveis os esporos são libertados para o ambiente.
Cada esporo que germina no solo origina um gametófito ou prótalo .
O prótalo tem forma de coração, é pequeno (cerca de 1cm), avascular e hermafrodita ( possui anterídeos e arquegônios na mesma planta).
Nos anterídeos são produzidos os gametas masculinos (anterozóides) e nos arquegônios, os gametas feminos (oosferas) .
Quando atingem a maturidade sexual os anterozódes "nadam" até à oosfera que fica no interior do arquegônio
Da fecundação, isto é, união entre um anterozóide(n) e uma oosfera(n) surge um zigoto (2n)
A partir do zigoto (2n) surge o embrião (2n) que se desenvolve e origina o esporófito (2n), fechando-se o ciclo de vida da samambaia.
Ciclo de vida heterosporado de uma Selaginella (licopodínea):
Em selaginelas encontram-se estruturas reprodutivas chamadas estróbilos .
Os estróbilos são folhas reunidas de forma bastante compacta. Lembram as pinhas das gimnospermas e contém os esporângios onde são produzidos os esporos.
O esporófito da Selaginella apresenta estróbilos com dois tipos de esporângios: os femininos conhecidos como megaesporângios e os masculinos chamados microsporângios.
Nos megaesporângios existem células diplóides que podem sofrer meiose. Mas apenas uma delas se desenvolve e efetivamente realiza meiose originando quatro esporos haplóides : os megásporos.
Os megásporos se desenvolvem dentro do esporângio (megaesporângio) e formam os gametófitos femininos ou megaprótalos haplóides
Em cada megaprótalo há arquegônios, cada um com uma oosfera (gameta feminino haplóide).
Nos microesporângios existem células diplóides que podem sofrer meiose originando os micrósporos haplóides .
Os micrósporos se desenvolvem no microesporângio e cada um origina um microprótalo com anterídeos (um ou dois) que formam anterozóides (gametas masculinos haplóides).
O anterozóide (n) é flagelado e nada até à oosfera (n) para fecundá-la formando o zigoto (2n).
Do zigoto (2n), surge um embrião (2n) que se desenvolve em um esporófito (2n), inicialmente nutrido pelo megaprótalo.
O megaprótalo, com o esporófito jovem mergulhado em seus tecidos, abandona o estróbilo da planta-mãe e cai no solo.
O megaprótalo produz rizóides e o esporófito, após algum tempo de repouso, passa a se desenvolver cada vez mais.
Enquanto o esporófito (2n) se torna independente (deixa de ser nutrido pelo megaprótalo), o gametófito(n) se degenera. Assim, completa-se o ciclo de vida da Sellaginella .
Observação:
É importante lembrar que:
a samambaia (pteridófita filicínea) e o musgos (briófita) apresentam ciclo isosporado enquanto a Selaginella (pteridófita licopodínea) possui ciclo heterosporado
enquanto os esporos de musgos e samambaias germinam no solo, os esporos de Selaginella germinam dentro dos próprios esporângios do estróbilo. Assim, um micrósporo germina no microsporângio, originando um microprotalo e um megásporo, no megasporângio, originando um megaprotalo.
Adorama Cristina Araujo de Oliveira
Graduada em odontologia pela UNESP, Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho, CSJ e trabalha mais diretamente com vestibulandos desde 1988.